A cada quatro
anos, pessoas do mundo inteiro esperam o atleta
entrar carregando a tocha na arena e acender a pira olímpica. O
acendimento da chama marca o início de mais uma Olimpíada.
Chama
olímpica dos Jogos de Sydney, em 2000
A cerimônia de abertura é o fim de
uma longa jornada da tocha. Quando chega ao estádio ela já viajou milhares de
quilômetros. Cruzou oceanos e desertos e atravessou montanhas. Foi levada por
aviões, trens, bicicletas, barcos e até mesmo embaixo d’água. E passou pelas
mãos de milhares de pessoas diferentes.
O visual da tocha olímpica moderna
foi criado por John Hench, artista da Disney que projetou a tocha
para as Olimpíadas de Verão de 1960 em Squaw Valley, Califórnia. O design
criado por ele foi a base para as tochas que viriam a seguir. Desde então, os
projetistas tentam criar uma tocha que represente o país anfitrião e
o tema dos Jogos Olímpicos em questão.
Uma tocha pode levar um ano ou
dois para ser projetada e fabricada. Uma vez fabricada, deve ser testada
rigorosamente em todos os tipos de condições climáticas. A tocha deve ser então reproduzida ... e reproduzida. Não é apenas uma
que faz a jornada até o estádio olímpico: são milhares. Uma quantidade
entre 10 mil a 15 mil tochas são construídas para acomodar os
milhares de atletas que as levam por todo o percurso do revezamento. Cada
um tem a oportunidade de adquirir sua tocha no final de sua parte no revezamento.
Embora o projeto e a construção da tocha mudem a
cada ano, ela deve sempre conter os mesmos elementos básicos:
· combustível para
criar a chama
· o sistema de distribuição de combustível para
conduzir a chama para a parte superior da tocha
· um design aerodinâmico, ao mesmo
tempo leve e seguro, para o corredor levar.
A chama
A tocha deve permanecer acesa em
todo o percurso de sua jornada. Deve resistir ao vento, à chuva, à neve e às
variações climáticas (deserto, montanha, mar). Deve também:
· - ser leve o bastante para o atleta levar
· - proteger o atleta do calor da chama
· - ter combustível o suficiente para permanecer acesa por
todo o trajeto (e um pouco mais, no caso do trecho ser maior do que o previsto)
· - tem uma chama brilhante, visível mesmo num dia
ensolarado
No ano 2000, os criadores da tocha das Olimpíadas
de Sydney apresentaram uma mais leve, mais barata e com um design não-prejudicial
ao meio ambiente. Para o combustível, fizeram uma mistura que
produz uma forte chama sem fazer muita fumaça. Como a mistura pode ser
armazenada sob leve pressão, ela pode ser mantida num recipiente leve.
O combustível líquido é armazenado em um recipiente
de alumínio na parte superior da tocha. Vai para a parte superior por
intermédio de um cano. Antes de sair do cano, este combustível é conduzido por
intermédio de um pequeno orifício. Há uma queda de pressão e o líquido vira gás
para combustão. A tocha movimenta o combustível líquido num nível constante e a
chama acaba por queimar com a mesma intensidade. Ela pode ficar acesa por volta
de 15 minutos.
Os engenheiros da construção das
tochas de 1996 e 2000 incluíram um sistema de combustão que utilizava uma chama
dupla, ficando a chama acesa mesmo com ventos irregulares.
Para a tocha de 2000 a jornada foi submersa
atravessando a Grande Barreira de Corais, uma chama especialmente
projetada foi embutida dentro da tocha para que se mantivesse queimando tanto
na água quanto em terra.
Nessa Olimpíada a
tocha viajou 27.359 km pela Austrália e pelo Pacífico, sendo carregada por 12
mil pessoas. Um dos carregadores era um mergulhador que levou uma tocha
especial pela Grande Barreira de Corais.
Os componentes da
tocha representavam terra, fogo e água. A corredora aborígine Cathy Freeman
acendeu a chama no Estádio Olímpico e, dias depois, ganhou medalha de ouro nos
400 metros rasos.
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